sexta-feira, 29 de julho de 2011

Temporada 2011/2012 - Aliança Francesa




A DE HARO Produções Artísticas/Cia Veneno do Teatro em parceria com a Aliança Francesa - SP e GF -  Garcia Filho Advogados Associados, estréia dia 27 de agosto no Teatro Aliança Francesa abrindo temporada 2011/2012 com o espetáculo O Veneno do Teatro.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Portas Abertas - Aliança Francesa

A Cia Veneno do Teatro participa do evento Portas Abertas com encenação teatral e sarau musical ao vivo convidando o público para a estréia da peça O Veneno do Teatro de Rodolf Sirera que abrirá temporada artística em agosto/2011 no Teatro Aliança Francesa – Centro.

Atores: Bartholomeu de Haro e Elen Londero
Músicos: Eduardo Klein e Roberto Anzai
Duração: 20 minutos



dia 26/07 - Unidade Jardins-Trianon (20h)
Rua Ministro Rocha Azevedo, 419

dia 27/07 - Unidade Vila Mariana (20h)
Rua Dr. Altino Arantes, 598

dia 01/08 - Unidade Centro (19h)
Rua General Jardim, 182

terça-feira, 12 de julho de 2011

Veneno - por Luis Caversan

Eis que nos deparamos com este belo texto de Luis Caversan, colunista da Folha SP, onde são expostos artífícios, indignações e a crueza humana, todas mascaradas pelas convenções socias modernas que remontam as mais antigas discussões e atuais e que são expressas em "O Veneno do Teatro" de Rodolf Sirera, que estrearemos em agosto, aqui em São Paulo, no Teatro da Aliança Francesa.
Segue abaixo a coluna que além de temas fundamentais, fala do grande artista Chico Buarque.


09/07/2011 - 07h03

Chico Buarque e a maldade humana

Ao contrário do que dizia Jean-Jacques Rousseau sobre os selvagens bonzinhos do mato, nós, pós-índios da cidade, somos muito ruins.
Malvados, mesmo, desde criança.
A maldade, como já disse aqui, está no DNA do ser humano, se não se expressa cotidianamente, está aí quietinha, pronta para dar as caras.
E não dá mais as caras porque as convenções sociais contêm ao menos um pouco esta ruindade intrínseca --aquela que faz o menino tacar fogo no rabo do gato, a menina arrancar o olho da boneca, o motorista jogar o carro pra cima do pedestre ou o assaltante matar a vítima que não reagiu-- tornando-nos aparentemente inofensivos.
Só aparentemente.
Porque nada como uma boa dose de anonimato, ou alguma situação em que a pessoa não se expõe direta e pessoalmente diante de sua vítima, para que muita gente coloque as manguinhas de fora.
O universo da internet é, portanto, terreno mais do que fértil para que essa maldade cresça e floresça, muitas vezes de forma exagerada e gratuita - e quem transita por aqui, como eu, sabe exatamente do que se trata...
Mas quem descobriu isso há pouco e ficou absolutamente chocado foi o cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda.
Praticamente uma unanimidade nacional da MPB (como escritor, andou atraindo críticas injustas ultimamente), detentor de uma legião gigantesca de fãs ardorosos, sobretudo do sexo feminino, eis que ele se expôs recentemente ao fantástico mundo da interação digital.
E se deu muito mal.
Um vídeo que circulou esses dias traz um relato do artista em que ele manifesta seu espanto por ter descoberto um monte de gente que não gosta dele e que faz questão de deixar isso agressivamente bem claro, por meio de posts em um site sobre o seu novo disco.
No filmete, Chico lembra que o artista em geral vive num mundo em que se sente amado, há os aplausos, o carinho do público nas ruas, mas que na internet o bicho pega.
"Eu não sabia que o jogo era esse. Na internet as pessoas falam o que lhe vem à cabeça. Na primeira vez, fiquei espantadíssimo. Você descobre que é odiado!".
Ele diz isso entre o espanto propriamente e um riso bem nervoso, lembrando posts que diziam "este velho!" ou "olha o que o álcool faz com a pessoa".
O vídeo, de fato, é hilário, naquela linha de seria cômico se não fosse trágico, trágico pelo menos para o Chico.
Mas além de nos proporcionar alguma diversão, ele, Chico, deixa uma lição: "Você vai fazer o quê? Existe muita raiva, e você vai ficar com raiva de quem está com raiva? Melhor deixar pra lá...".
E arremata com uma observação muito, muito boa...
Vale a pena dar uma olhada no vídeo.

Luiz Caversan Luiz Caversan, 55 anos, é jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos Cotidiano, Ilustrada e Dinheiro, entre outros. Escreve aos sábados para a Folha.com.

 
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcaversan/941003-chico-buarque-e-a-maldade-humana.shtml